segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A xícara quebrada ( por Lucia Gama)


É possível colar o que quebrou. O fim da confiança é como uma xícara de porcelana que chega ao chão espatifada em milhares de pedaços. Não é fácil, mas pode ser reconstituída com muito tempo e paciência. Infelizmente os pequenos fragmentos que parecem sem muita importância geram falhas na composição, marcas, cicatrizes que atormentam a imagem do que antes nos parecia perfeito. Mesmo perfeitamente capaz de atender a sua proposta ou função, a confiança tem sua imagem abalada e muito mais frágil e atingível agora. Por isso, deve-se pensar bem no que é de real interesse no momento em que se toma a decisão de recuperar algo fragilizado. A importância daquilo para sua vida, qual impulso que o leva a ter tal motivação. O tempo é algo precioso para ser gasto com algo que não vai mais atender as suas expectativas. Se o tinha como belo já não o será mais, se o tinha como útil talvez não possa consegui-lo novamente, se é como recordação então guarde em seu coração como momentos felizes. Mas não pense em tentar recuperá-lo para desistir no caminho, ou com o tempo posto de lado como algo que não o agrada mais e possa ser substituído. O valor da confiança é dado pela pessoa que a tem, e só ela pode encontrar novas importâncias para mante-la viva.

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